Metaloma

Os elementos essenciais à vida humana podem ser divididos em dois grandes grupos ponderais, quais sejam, aqueles que estão em maior quantidade no organismo humano e, portanto, representam a maior participação em peso orgânico, ademais dos outros que representam uma pequena parcela ponderal, por estarem presentes em quantidades discretas, os quais são chamados de oligoelementos.

Assim como as vitaminas, tais elementos químicos essenciais de importância secundária em peso, os oligoelementos, constituem o grupo dos micronutrientes, ou seja, nutrientes que são necessários apenas em pequenas quantidades, quando comparados ao grupo de nutrientes ponderalmente mais significativos, a saber, carboidratos, proteínas e lipídios.

Micronutrientes são essenciais às funções enzimáticas, sendo as vitaminas classificadas em geral como coenzimas (ou relacionadas às coenzimas) enquanto que os elementos traços são chamados de cofatores, por serem minerais.

“CHONPS” é o acrônimo dos representantes principais em peso, que são os constituintes necessários dos macronutrientes, quais sejam, carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo (Phosphorus em latim) e enxofre (Sulphur em latim). E apesar de não estarem descritos no acrônimo, esta categoria inclui também os elementos sódio, potássio, cloro, cálcio e magnésio.

Já os oligoelementos podem ser classificados com o nome de “metaloma”, pois em grande parte são metais e semimetais, embora alguns sejam ametais (não metais).

O metaloma participa na ponderabilidade orgânica de modo secundário, mas mesmo seus oligoelementos podem ser subdivididos em traços e microtraços, estes em quantidades ainda menores em relação aos elementos traços.

OBSERVAÇÃO: As informações presentes nesta página não se prestam de forma alguma a nenhum tipo de prescrição médica ou nutricional.

1) Elementos traços:

Quando indicada a suplementação, podem ser utilizadas as dosagens em miligramas.

Sejam, por exemplo, as doses dos seguintes elementos químicos, com número atômico (Z) e número de massa (A) em ordem ponderal decrescente…

Fe (ferro, Z = 26 e A ≈ 56): 30 a 50 mg ao dia.*

Si (silício, Z = 14 e A = 28): 10 a 20 mg ao dia.*

Zn (zinco, Z = 30 e A ≈ 65): 10 a 20 mg ao dia.*

Sr (estrôncio, Z = 38 e A ≈ 88): 5 a 10 mg ao dia*

Mn (manganês, Z = 25 e A ≈ 55): 5 a 10 mg ao dia.*

Cu (cobre, Z = 29 e A ≈ 64): 1 a 2 mg ao dia.*

* Doses considerando adultos jovens.

2) Elementos microtraços:

Quando indicada a suplementação, devem ser utilizadas as doses em microgramas.

Sejam, por exemplo, as dosagens dos seguintes elementos químicos, com número atômico (Z) e número de massa (A) em ordem alfabética…

Cr (cromo, Z = 24 e A = 52): 50 a 300 mcg ao dia.*

Ge (germânio, Z = 32 e A ≈ 73): 50 a 300 mcg ao dia.*

I (iodo, Z = 53 e A = 127): 50 a 300 mcg ao dia.*

Mo (molibdênio, Z = 42 e A ≈ 96): 50 a 300 mcg ao dia.*

Se (selênio, Z = 34 e A ≈ 79): 50 a 300 mcg ao dia.*

V (vanádio, Z = 23 e A ≈ 51): 50 a 300 mcg ao dia.*

* Doses considerando adultos jovens.

3) Estudo Clínico do Metaloma:

OBSERVAÇÃO 1: Não se deve nunca, em nenhuma hipótese, utilizar de dados ou informações desta página ou de qualquer outra página ou site da internet, para a finalidade de receita ou automedicação, uma vez que a prescrição médica ou nutricional depende de avaliação cuidadosa e individualizada especificamente para cada caso.

OBSERVAÇÃO 2: O estudo a seguir é superficial e meramente ilustrativo.

Boro quelato 10 a 20 mg: Auxiliar no tratamento de menopausa e andropausa.

Cobre quelato 1 a 2 mg: Adjuvante no tratamento de doenças do sangue (anemia e imunidade).

Cromo picolinato 100 a 300 mcg: Metabolismo de carboidratos e lipídios.

Estrôncio 10 a 20 mg: Utilidade no tratamento da osteoporose.

Germânio quelato 100 a 300 mcg: Útil no tratamento da doença de Parkinson, de viroses e doenças autoimunes, tireoidite e lúpus.

Manganês quelato 5 a 10 mg: Apoio no tratamento de doenças musculoesqueléticas.

Molibdênio quelato 100 a 300 mcg: Metabolismo do nitrogênio, síntese de proteínas.

Selênio quelato 100 a 300 mcg: Antioxidante que auxilia na função hormonal da tireoide.

Silício quelato 10 a 20 mg: Mucosa respiratória e síntese de colágeno, útil no tratamento de pelos e unhas.

Vanádio quelato 100 a 300 mcg: Metabolismo de carboidratos e lipídios.

Zinco quelato 10 a 20 mg: Sistema nervoso e imunológico. “O que o ferro é para o sangue, o zinco é para os nervos” (Nilo Cairo, médico homeopata).

4) Classificação Periódica:

A metalômica trata de minerais naturais que em termos de peso são constituintes secundários no organismo humano. Podem ser metais, semimetais ou metaloides e não-metais ou ametais.

Visto que na maior parte são metais e semimetais, esses constituintes oligoelementares são chamados, em conjunto, de metaloma.

Seja a classificação química dos principais elementos traços e microtraços em ordem alfabética…

a) Metais: Cobre, cromo, estrôncio, ferro, manganês, molibdênio, vanádio e zinco.

b) Metaloides: Boro, germânio e silício. 

c) Ametais: Iodo e selênio.

5) Bioenergética:

No estudo do metabolismo humano as vias bioenergéticas dependem das enzimas, as quais, por suas vezes, necessitam das vitaminas para a composição de suas coenzimas, bem como dos minerais que atuam como cofatores enzimáticos.

Vitaminas e minerais são componentes naturais da saúde humana.

De um modo geral, a suplementação de vitaminas e minerais é um procedimento utilíssimo na promoção e na preservação da saúde humana, especialmente a partir da meia idade, quando então as necessidades energéticas se tornam mais proeminentes, justamente quando o organismo tem maiores dificuldades de absorção e aproveitamento desses micronutrientes.

Nas doses preconizadas os suplementos minerais e vitamínicos são bastante seguros.

Porém, em alguns poucos casos das condições prévias de erro no metabolismo, as dosagens usuais de cianocobalamina e de folato podem trazer mais malefícios do que benefícios, sendo que isso pode ser evitado com a utilização da vitamina B12 na forma de metilcobalamina ao invés de cianocobalamina, bem como na utilização da vitamina B9 na forma de metilfolato ao invés de folato.

Outra questão que merece atenção é que pacientes que fazem uso de metotrexato não aproveitam bem o folato e tampouco o metilfolato, nesses casos se faz necessária a suplementação com ácido folínico ou leucovorina, que é uma forma especial de vitamina B9.

Além das situações excepcionais descritas acima, convém ressaltar que doses massivas das vitaminas A, D, B3 e B6, assim como dos minerais manganês e selênio, quando em doses excessivas, podem trazer prejuízo à saúde humana, particularmente em casos de megadoses da vitamina A e dos oligoelementos manganês e selênio, todavia, nas dosagens preconizadas esses suplementos são consideravelmente seguros.

Dr. Paulo Venturelli